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Guardei na caixa da memória os teus poemas de guardanapo, as tuas histórias de partitura, os teus desenhos de espelho.
Respirei o mesmo ar, dancei no mesmo bar.
Ri das mesmas asneiras, contei-te mentiras velhas.
Cavalguei os teus cavalos e caí das mesmas nuvens.
Lambi as tuas feridas e chorei da mesma maneira.
Cozi-te as cicatrizes, até que nada restásse, dos retalhos que sobram da mutilação dos outros.
Adormeci na mesma cama, cansada de tanto dar, para de manhã acordar, amarrada ao mesmo sonho.
Acompanhei-te na viagem, partimos no mesmo barco, suámos ambos em arco.
E morri sempre que pude à menor morte dos dois.
porque se morre quando se ama
porque se ganha quando se perde
porque a vida é mesmo assim.
.
Leonor de Saint Maurice
(2005)
.
Depois de uma noite suada, sentida e agora adormecida, ele pegava um cigarro, ditava-o nos lábios bombados e cansados, acendia-o com a sofreguidão que lhe restava, recostava-se nas almofadas de uma cama quente e sangrada, e dizia muito contente: "É o repouso do barbeiro !" ...
Guardei na caixa da memória os teus poemas de guardanapo, as tuas histórias de partitura, os teus desenhos de espelho.
Respirei o mesmo ar, dancei no mesmo bar.
Ri das mesmas asneiras, contei-te mentiras velhas.
Cavalguei os teus cavalos e caí das mesmas nuvens.
Lambi as tuas feridas e chorei da mesma maneira.
Cozi-te as cicatrizes, até que nada restásse, dos retalhos que sobram da mutilação dos outros.
Adormeci na mesma cama, cansada de tanto dar, para de manhã acordar, amarrada ao mesmo sonho.
Acompanhei-te na viagem, partimos no mesmo barco, suámos ambos em arco.
E morri sempre que pude à menor morte dos dois.
porque se morre quando se ama
porque se ganha quando se perde
porque a vida é mesmo assim.
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Leonor de Saint Maurice
(2005)
.
Depois de uma noite suada, sentida e agora adormecida, ele pegava um cigarro, ditava-o nos lábios bombados e cansados, acendia-o com a sofreguidão que lhe restava, recostava-se nas almofadas de uma cama quente e sangrada, e dizia muito contente: "É o repouso do barbeiro !" ...
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