sexta-feira, 12 de setembro de 2008
quinta-feira, 11 de setembro de 2008
Para Gaia (Terra)
Imagine uma planície imensa e um grande lago no meio dela. Olhe bem para esse lago. Veja como ele é totalmente sereno, impassível, imóvel. Não há nada ao redor dele que possa perturbar sua tranqüilidade. Nesse lugar não existem árvores, não existe chuva, não existe vento, não existem animais que venham beber sua água, não existem aves que venham se banhar nele. E também não existem peixes, não existem sapos, não existe nada dentro do lago que possa criar o mais leve movimento em seu interior.
Imagine que VOCÊ é esse lago. Sinta como é ser perfeitamente estático e viver em total harmonia, apenas refletindo a luz do sol, o azul do céu, a luz da lua e as estrelas… Você é esse ser maravilhoso, onde reina a mais perfeita paz! Não existe absolutamente nada que possa perturbá-lo. Perceba como é ser completo em si mesmo. Você não precisa de ninguém nem de nada que o alimente, que o sustente… não precisa comer, não precisa beber, não precisa dormir, não precisa trabalhar… não precisa fazer nada…
E também não depende de ninguém nem de nada para ser feliz… Na verdade, você não é feliz nem infeliz, porque não tem esses sentimentos duais – você simplesmente é. E assim permanece nesse ETERNO instante em que vive… Poderíamos, inclusive, dizer que este é o Lago do Amor, ou o próprio Amor, porque o verdadeiro Amor é assim – completo em si mesmo, tranqüilo, sereno, abundante. Mas o Amor também é essencialmente CRIATIVO! Então, chega um momento em que você começa a sentir algo estranho… um certo desassossego… parece que, de repente, você começa a ficar meio cansado de estar sempre nesse mesmo estado e a sentir falta de alguma coisa, que você nem sabe exatamente o que é! Na verdade, você está sentindo uma grande necessidade de se EXPANDIR para além daquilo que já é! E esse desejo vai se tornando tão intenso, tão intenso, que acaba se materializando na forma de uma pequena bola no céu…
Veja essa bola no céu, bem acima do lago que você é. Quanto mais forte o seu desejo se torna, maior essa bola vai ficando. Ela cresce, cresce, cresce… até que se transforma numa espécie de meteoro imenso, que despenca do céu, mergulhando diretamente dentro das suas águas!
TCHIBUM! Nesse instante, aquela massa de água totalmente estática e una que você era, se divide em milhares e milhares de gotas, que voam para o céu e voltam a cair, espalhando-se por todo lado. Algumas voltam para o próprio lago, mas uma grande parte das gotas cai na terra, na planície ao seu redor. E essas que caem na terra levam o maior susto, porque, nesse momento, pela primeira vez em suas vidas, elas tomam conhecimento de si mesmas – elas se conscientizam de sua individualidade e sentem um grande vazio, uma grande solidão!
Imagine que VOCÊ é uma dessas gotas… você sabe que é uma gota, um ser individual, mas não se lembra que faz parte daquele lago, porque dentro dele você não tinha consciência dessa individualidade – VOCÊ ERA O TODO. Ao mesmo tempo, bem no fundo do seu coração, você sente falta desse todo amoroso, acolhedor, aconchegante, calmo, sereno e perfeitamente seguro em que você vivia… embora não saiba definir que lugar era esse, que estado era esse, você sente saudades.
E a partir desse momento, você inconscientemente COMEÇA A SUA BUSCA por alguma coisa que o leve de volta a esse estado de conforto, segurança, e paz. E assim começa a sua jornada nesta terra desconhecida… uma jornada solitária, porque mesmo encontrando outras gotas e interagindo com elas, sempre existe uma certa desconfiança entre vocês, um certo receio, pois vocês não têm idéia que são partes do mesmo lago, vieram da mesma fonte – vocês não se lembram que todas são gotas de Amor.
Agora, que você já se sentiu lago e já se sentiu gota, agora que você sabe que é uma gota, mas também é o lago, proponho que permaneça em silêncio por mais alguns instantes e tente sentir os motivos que o levaram a sair daquele estado de unidade, quietude e paz, e a se dividir em gotas de si mesmo.
Gotas de orvalho
quarta-feira, 10 de setembro de 2008
A grande Maria João Pires
Maria João Pires estreia-se como Artista Associada do CCB num concerto incluído no projecto Beethoven 2008.
.
19 Set 2008 - 21:00
M/12 ANOS
GRANDE AUDITÓRIO
PREÇOS
1.ª Plateia 30€
2.ª Plateia 27,5€
Laterais 25€
Camarotes Centrais 30€
Camarotes Laterais 27,5€
1.º Balcão 22,5€
2.º Balcão 17,5€
Balcão Lateral 20€
Galerias 10€
DESCONTOS HABITUAIS (para bilhetes adquiridos no CCB)
.
19 Set 2008 - 21:00
M/12 ANOS
GRANDE AUDITÓRIO
PREÇOS
1.ª Plateia 30€
2.ª Plateia 27,5€
Laterais 25€
Camarotes Centrais 30€
Camarotes Laterais 27,5€
1.º Balcão 22,5€
2.º Balcão 17,5€
Balcão Lateral 20€
Galerias 10€
DESCONTOS HABITUAIS (para bilhetes adquiridos no CCB)
.
Nasceu em 1944, em Lisboa. Toca pela primeira vez em público aos quatro anos, aos cinco dá o primeiro recital e dois anos mais tarde interpreta já concertos de Mozart em público. Estuda com Campos Coelho e Francine Benoit, e mais tarde, na Alemanha, com Rosl Schmid e Karl Engel. Vencedora do 1.º Prémio do Concurso do Bicentenário de Beethoven, em 1970, as suas estreias em Londres (1986) e Nova Iorque (1989) foram largamente aclamadas pela imprensa. Desde os anos setenta consagra-se a uma reflexão sobre a influência da arte na vida, na comunidade e na escola, tentando desenvolver novos meios de implementação desta pedagogia no mundo social. Cria o Centro para o Estudo das Artes em Belgais, em 1999. Alarga a divulgação da filosofia e pedagogia de Belgais a Salamanca e Bahia.Em 2005 cria o Impressões d’Arte, grupo experimental de teatro, dança e música.Em 2007, apresentou-se no CCB na primeira edição do Festival Dias da Música em Belém, dedicado ao piano.
Como determinar a idade de um cão
.
03 meses ………………………………………. 05 anos
06 meses……………………………………….. 10 anos
01 ano……………………………………………. 15 anos
02 anos………………………………………….. 24 anos
03 anos………………………………………….. 28 anos
05 anos………………………………………….. 36 anos
06 anos………………………………………….. 40 anos
07 anos………………………………………….. 44 anos
08 anos………………………………………….. 48 anos
09 anos………………………………………….. 52 anos
10 anos………………………………………….. 56 anos
12 anos………………………………………….. 64 anos
14 anos………………………………………….. 72 anos
16 anos………………………………………….. 81 anos
18 anos………………………………………….. 91 anos
20 anos…………………………………………. 101 anos
Como saber se seu cão está velho?
Muitas vezes, é difícil determinar a idade de um cão. Para o próprio dono pode parecer que o cão não envelhece, dado o alto grau de convivência com o homem. Um veterinário experiente pode detectar as condições de idade global de um cão baseando-se em testes e em sua experiência profissional. Mas nem sempre o dono consegue o mesmo. Sobretudo com cães de pequeno porte.
Ocorre que muitas vezes pela proximidade, o dono do cão não consegue distinguir os sinais sutis de envelhecimento no animal, só notando quando ele está bastante debilitado, praticamente com a “pata na cova”.
Os primeiros sinais são os pêlos dos focinhos, que vão clareando. Além disso, outros sinais vão aparecendo, exigindo maior acompanhamento do médico, medicamentos e alimentos especiais. Além da pelagem do focinho, surge a surdez, e com ela, a conseqüente mudança de comportamento do animal. Igonora comandos, parece desobedecê-los deliberadamente, fica mais preguiçoso e tem dificuldade de atender aos chamados. Freqüentemente desafia o dono, experimentando agir de modo pouco convencional como querendo dizer “sou velho, tenho meus privilégios”. Torna-se mais exigente, mas fica tolerante em relação a animais mais jovens e não entra em disputas. Muitos se isolam, passando longo tempo desatento à vida em torno dele. Na medida em que a velhice vai se tornando crítica, o animal passa a defecar e a urinar em qualquer lugar, demonstrando um certo constrangimento pelo que acontece, mas perde o controle de suas funções orgânicas. Então surgem os estágios finais, à cegueira, à imobilidade e à falência total dos órgãos e finalmente à morte.
O cão rafeiro vive mais.
Segundo o especialista em cães, Vet. Kenji Irio, de 51 anos, quanto mais pura é a raça do animal, mais frágil é a sua condição de vida. Os animais “SRD” (Sem Raça De- finida) ou mais comumente, os “Vira Latas” são mais resistentes, possivelmente pela capacidade que devem ter para superar as adversidades da vida.- “É a seleção natural das espécies atuando” diz o veterinário. Segundo Kenji, a vida dos animais vem aumentando graças a melhores condições, como medicamentos e rações de qualidade.
Kenji lembra que quando surgiram as rações, há cerca de 25 anos, a vida ficou mais fácil. Os cães e gatos, recebendo alimentos balanceados, começaram a ter melhor qualidade de vida e uma vida mais longa e saudável.
Cães maiores vivem menos
Para Dr. Kenji, o tempo de vida de um animal varia conforme a raça. Segundo ele, os animais maiores tendem a ter uma vida menor: “um dinamarquês, por exemplo, diz o veterano profissional, aos quatro anos já está debilitado, dando os primeiros sinais da velhice!”.
Geriatria veterinária
A geriatria veterinária é um ramo bastante recente da ciência veterinária. No Brasil ela é uma especialidade ainda sem grandes expoentes, mas já é assunto corriqueiro nos seminários que enfocam os principais aspectos do envelhecimento e já se encontram pós-graduandos dedicados aos diversos temas que envolvem a especialidade.
Do mesmo jeito que os humanos, os cães merecem uma vida feliz e saudável. Até o fim.
Como determinar a idade do seu cão?
.
Muitas vezes, é difícil determinar a idade de um cão. Para o próprio dono pode parecer que o cão não envelhece, dado o alto grau de convivência com o homem. Um veterinário experiente pode detectar as condições de idade global de um cão baseando-se em testes e em sua experiência profissional. Mas nem sempre o dono consegue o mesmo. Sobretudo com cães de pequeno porte.
Ocorre que muitas vezes pela proximidade, o dono do cão não consegue distinguir os sinais sutis de envelhecimento no animal, só notando quando ele está bastante debilitado, praticamente com a “pata na cova”.
Os primeiros sinais são os pêlos dos focinhos, que vão clareando. Além disso, outros sinais vão aparecendo, exigindo maior acompanhamento do médico, medicamentos e alimentos especiais. Além da pelagem do focinho, surge a surdez, e com ela, a conseqüente mudança de comportamento do animal. Igonora comandos, parece desobedecê-los deliberadamente, fica mais preguiçoso e tem dificuldade de atender aos chamados. Freqüentemente desafia o dono, experimentando agir de modo pouco convencional como querendo dizer “sou velho, tenho meus privilégios”. Torna-se mais exigente, mas fica tolerante em relação a animais mais jovens e não entra em disputas. Muitos se isolam, passando longo tempo desatento à vida em torno dele. Na medida em que a velhice vai se tornando crítica, o animal passa a defecar e a urinar em qualquer lugar, demonstrando um certo constrangimento pelo que acontece, mas perde o controle de suas funções orgânicas. Então surgem os estágios finais, à cegueira, à imobilidade e à falência total dos órgãos e finalmente à morte.
O cão rafeiro vive mais.
Segundo o especialista em cães, Vet. Kenji Irio, de 51 anos, quanto mais pura é a raça do animal, mais frágil é a sua condição de vida. Os animais “SRD” (Sem Raça De- finida) ou mais comumente, os “Vira Latas” são mais resistentes, possivelmente pela capacidade que devem ter para superar as adversidades da vida.- “É a seleção natural das espécies atuando” diz o veterinário. Segundo Kenji, a vida dos animais vem aumentando graças a melhores condições, como medicamentos e rações de qualidade.
Kenji lembra que quando surgiram as rações, há cerca de 25 anos, a vida ficou mais fácil. Os cães e gatos, recebendo alimentos balanceados, começaram a ter melhor qualidade de vida e uma vida mais longa e saudável.
Cães maiores vivem menos
Para Dr. Kenji, o tempo de vida de um animal varia conforme a raça. Segundo ele, os animais maiores tendem a ter uma vida menor: “um dinamarquês, por exemplo, diz o veterano profissional, aos quatro anos já está debilitado, dando os primeiros sinais da velhice!”.
Geriatria veterinária
A geriatria veterinária é um ramo bastante recente da ciência veterinária. No Brasil ela é uma especialidade ainda sem grandes expoentes, mas já é assunto corriqueiro nos seminários que enfocam os principais aspectos do envelhecimento e já se encontram pós-graduandos dedicados aos diversos temas que envolvem a especialidade.
Do mesmo jeito que os humanos, os cães merecem uma vida feliz e saudável. Até o fim.
Como determinar a idade do seu cão?
.
03 meses ………………………………………. 05 anos
06 meses……………………………………….. 10 anos
01 ano……………………………………………. 15 anos
02 anos………………………………………….. 24 anos
03 anos………………………………………….. 28 anos
05 anos………………………………………….. 36 anos
06 anos………………………………………….. 40 anos
07 anos………………………………………….. 44 anos
08 anos………………………………………….. 48 anos
09 anos………………………………………….. 52 anos
10 anos………………………………………….. 56 anos
12 anos………………………………………….. 64 anos
14 anos………………………………………….. 72 anos
16 anos………………………………………….. 81 anos
18 anos………………………………………….. 91 anos
20 anos…………………………………………. 101 anos
terça-feira, 9 de setembro de 2008
A Justiça Criminosa
.
Portugal tem um défice de responsabilidade civil, criminal e moral muito maior do que o seu défice financeiro, e nenhum português se preocupa com isso apesar de pagar os custos da morosidade, do secretismo, do encobrimento, do compadrio e da corrupção. Os portugueses, na sua infinita e pacata desordem existencial, acham tudo"normal" e encolhem os ombros.
Por uma vez gostava que em Portugal alguma coisa tivesse um fim, ponto final, assunto arrumado. Não se fala mais nisso. Vivemos no país mais inconclusivo do mundo, em permanente agitação sobre tudo e sem concluir nada.
Desde os Templários e as obras de Santa Engrácia, que se sabe que nada acaba em Portugal, nada é levado às últimas consequências, nada é definitivo e tudo é improvisado, temporário, desenrascado.
Da morte de Francisco Sá Carneiro e do eterno mistério que a rodeia, foi crime, não foi crime, ao desaparecimento de Madeleine McCann ou ao caso Casa Pia, sabemos de antemão que nunca saberemos o fim destas histórias, nem o que verdadeiramente se passou nem quem são os criminosos ou quantos crimes houve.
Tudo a que temos direito são informações caídas a conta-gotas, pedaços do enigma, peças do quebra-cabeças. E habituámo-nos a prescindir deapurar a verdade porque intimamente achamos que não saber o final da história é uma coisa normal em Portugal e que este é um país onde as coisas importantes são "abafadas", como se vivêssemos ainda em ditadura.
E os novos códigos Penal e de Processo Penal em nada vão mudar esteestado de coisas. Apesar dos jornais e das televisões, dos blogues, dos computadores e da Internet, apesar de termos acesso em tempo real ao maior número de notícias de sempre, continuamos sem saber nada, e esperando nunca vir a saber com toda a naturalidade.
Do caso Portucale à Operação Furacão, da compra dos submarinos às escutas ao primeiro-ministro, do caso da Universidade Independente ao caso da Universidade Moderna, do Futebol Clube do Porto ao SportLisboa Benfica, da corrupção dos árbitros à corrupção dos autarcas, de Fátima Felgueiras a Isaltino Morais, da Braga parques ao grande empresário Bibi, das queixas tardias de Catalina Pestana às de João Cravinho, há por aí alguém que acredite que algum destes secretos arquivos e seus possíveis e alegados, muito alegados crimes, acabem por ser investigados, julgados e devidamente punidos?
Vale e Azevedo pagou por todos. Quem se lembra dos doentes infectados por acidente e negligência de Leonor Beleza com o vírus da sida?
Quem se lembra do miúdo electrocutado no semáforo e do outro afogado num parque aquático?
Quem se lembra das crianças assassinadas na Madeira e do mistério dos crimes imputados ao padre Frederico?Quem se lembra que um dos raros condenados em Portugal, o mesmo padre Frederico, acabou a passear no Calçadão de Copacabana?
Quem se lembra do autarca alentejano queimado no seu carro e cuja cabeça foi roubada do Instituto de Medicina Legal?
Em todos estes casos, e muitos outros, menos falados e tão sombrios e enrodilhados como estes, a verdade a que tivemos direito foi nenhuma.No caso McCann, cujos desenvolvimentos vão do escabroso ao incrível, alguém acredita que se venha a descobrir o corpo da criança ou a condenar alguém? As últimas notícias dizem que Gerry McCann não seria pai biológico da criança, contribuindo para a confusão desta investigação em que a Polícia espalha rumores e indícios que não têm substância.
E a miúda desaparecida em Figueira? O que lhe aconteceu?
E todas as crianças desaparecida antes delas, quem as procurou?
E o processo do Parque, onde tantos clientes buscavam prostitutos,alguns menores, onde tanta gente "importante" estava envolvida, o que aconteceu? Arranjou-se um bode expiatório, foi o que aconteceu. E as famosas fotografias de Teresa Costa Macedo? Aquelas em que ela reconheceu imensa gente "importante", jogadores de futebol, milionários, políticos, onde estão? Foram destruídas? Quem as destruiu e porquê?
E os crimes de evasão fiscal de Artur Albarran mais os negócios escuros do grupo Carlyle do senhor Carlucci em Portugal, onde é que isso pára? O mesmo grupo Carlyle onde labora o ex-ministro Martins da Cruz, apeado por causa de um pequeno crime sem importância, o da cunha para a sua filha.
E aquele médico do Hospital de Santa Maria suspeito de ter assassinado doentes por negligência? Exerce medicina?
E os que sobram e todos os dias vão praticando os seus crimes de colarinho branco sabendo que a justiça portuguesa não é apenas cega, é surda, muda, coxa e marreca.
Passado o prazo da intriga e do sensacionalismo, todos estes casos são arquivados nas gavetas das nossas consciências e condenados ao esquecimento. Ninguém quer saber a verdade. Ou, pelo menos, tentar saber a verdade.
Nunca saberemos a verdade sobre o caso Casa Pia, nem saberemos quem eram as redes e os "senhores importantes" que abusaram, abusam e abusarão de crianças em Portugal, sejam rapazes ou raparigas, visto que os abusos sobre meninas ficaram sempre na sombra.
Existe em Portugal uma camada subterrânea de segredos e injustiças, de protecções e lavagens, de corporações e famílias, de eminências e reputações, de dinheiros e negociações que impede a escavação da verdade.
Este é o maior fracasso da democracia portuguesa.
Portugal tem um défice de responsabilidade civil, criminal e moral muito maior do que o seu défice financeiro, e nenhum português se preocupa com isso apesar de pagar os custos da morosidade, do secretismo, do encobrimento, do compadrio e da corrupção. Os portugueses, na sua infinita e pacata desordem existencial, acham tudo"normal" e encolhem os ombros.
Por uma vez gostava que em Portugal alguma coisa tivesse um fim, ponto final, assunto arrumado. Não se fala mais nisso. Vivemos no país mais inconclusivo do mundo, em permanente agitação sobre tudo e sem concluir nada.
Desde os Templários e as obras de Santa Engrácia, que se sabe que nada acaba em Portugal, nada é levado às últimas consequências, nada é definitivo e tudo é improvisado, temporário, desenrascado.
Da morte de Francisco Sá Carneiro e do eterno mistério que a rodeia, foi crime, não foi crime, ao desaparecimento de Madeleine McCann ou ao caso Casa Pia, sabemos de antemão que nunca saberemos o fim destas histórias, nem o que verdadeiramente se passou nem quem são os criminosos ou quantos crimes houve.
Tudo a que temos direito são informações caídas a conta-gotas, pedaços do enigma, peças do quebra-cabeças. E habituámo-nos a prescindir deapurar a verdade porque intimamente achamos que não saber o final da história é uma coisa normal em Portugal e que este é um país onde as coisas importantes são "abafadas", como se vivêssemos ainda em ditadura.
E os novos códigos Penal e de Processo Penal em nada vão mudar esteestado de coisas. Apesar dos jornais e das televisões, dos blogues, dos computadores e da Internet, apesar de termos acesso em tempo real ao maior número de notícias de sempre, continuamos sem saber nada, e esperando nunca vir a saber com toda a naturalidade.
Do caso Portucale à Operação Furacão, da compra dos submarinos às escutas ao primeiro-ministro, do caso da Universidade Independente ao caso da Universidade Moderna, do Futebol Clube do Porto ao SportLisboa Benfica, da corrupção dos árbitros à corrupção dos autarcas, de Fátima Felgueiras a Isaltino Morais, da Braga parques ao grande empresário Bibi, das queixas tardias de Catalina Pestana às de João Cravinho, há por aí alguém que acredite que algum destes secretos arquivos e seus possíveis e alegados, muito alegados crimes, acabem por ser investigados, julgados e devidamente punidos?
Vale e Azevedo pagou por todos. Quem se lembra dos doentes infectados por acidente e negligência de Leonor Beleza com o vírus da sida?
Quem se lembra do miúdo electrocutado no semáforo e do outro afogado num parque aquático?
Quem se lembra das crianças assassinadas na Madeira e do mistério dos crimes imputados ao padre Frederico?Quem se lembra que um dos raros condenados em Portugal, o mesmo padre Frederico, acabou a passear no Calçadão de Copacabana?
Quem se lembra do autarca alentejano queimado no seu carro e cuja cabeça foi roubada do Instituto de Medicina Legal?
Em todos estes casos, e muitos outros, menos falados e tão sombrios e enrodilhados como estes, a verdade a que tivemos direito foi nenhuma.No caso McCann, cujos desenvolvimentos vão do escabroso ao incrível, alguém acredita que se venha a descobrir o corpo da criança ou a condenar alguém? As últimas notícias dizem que Gerry McCann não seria pai biológico da criança, contribuindo para a confusão desta investigação em que a Polícia espalha rumores e indícios que não têm substância.
E a miúda desaparecida em Figueira? O que lhe aconteceu?
E todas as crianças desaparecida antes delas, quem as procurou?
E o processo do Parque, onde tantos clientes buscavam prostitutos,alguns menores, onde tanta gente "importante" estava envolvida, o que aconteceu? Arranjou-se um bode expiatório, foi o que aconteceu. E as famosas fotografias de Teresa Costa Macedo? Aquelas em que ela reconheceu imensa gente "importante", jogadores de futebol, milionários, políticos, onde estão? Foram destruídas? Quem as destruiu e porquê?
E os crimes de evasão fiscal de Artur Albarran mais os negócios escuros do grupo Carlyle do senhor Carlucci em Portugal, onde é que isso pára? O mesmo grupo Carlyle onde labora o ex-ministro Martins da Cruz, apeado por causa de um pequeno crime sem importância, o da cunha para a sua filha.
E aquele médico do Hospital de Santa Maria suspeito de ter assassinado doentes por negligência? Exerce medicina?
E os que sobram e todos os dias vão praticando os seus crimes de colarinho branco sabendo que a justiça portuguesa não é apenas cega, é surda, muda, coxa e marreca.
Passado o prazo da intriga e do sensacionalismo, todos estes casos são arquivados nas gavetas das nossas consciências e condenados ao esquecimento. Ninguém quer saber a verdade. Ou, pelo menos, tentar saber a verdade.
Nunca saberemos a verdade sobre o caso Casa Pia, nem saberemos quem eram as redes e os "senhores importantes" que abusaram, abusam e abusarão de crianças em Portugal, sejam rapazes ou raparigas, visto que os abusos sobre meninas ficaram sempre na sombra.
Existe em Portugal uma camada subterrânea de segredos e injustiças, de protecções e lavagens, de corporações e famílias, de eminências e reputações, de dinheiros e negociações que impede a escavação da verdade.
Este é o maior fracasso da democracia portuguesa.
.
Autora: Clara Ferreira Alves
segunda-feira, 8 de setembro de 2008
tributo a Heath Ledger
God, keep your son Heath in a good place,
He who felt the pain of a gay man's self-denial,
With a broken voice under a mountain of shame,
Who humbly asked for acceptance and accepted himself in the end,
He who went beyond movie-star good looks
To search for the core of our common humanity,
Who was never more than an Aussie lad with a crooked grin,
He who plunged in the depths of insanity to look evil in the face,
To show us the ugly joke of addiction,
Who turned himself inside out with fearless surrender to his art,
He who wanted to live, and died of an accidental overdose,
Who needed a peace he could not find,
May he rest in that place from where great artists, their lives cut
short, enjoy whatever we the living learn from their art.
God, keep Heath Ledger in the peace he deserves.
domingo, 7 de setembro de 2008
O Hino da Carta Constitucional
.
Para quem quiser conhecer o último Hino Nacional no tempo da Monarquia pode fazer o download do site : http://monarquicos.no.sapo.pt/hinos/Hino_da_Carta.zip
Mais hinos podem ouvir no site : Portugal Futuro
Mais hinos podem ouvir no site : Portugal Futuro
.
o "Hino da Carta" foi o hino nacional português entre 1834 e 1910, com a particularidade singular de, letra e música, terem sido escritas por D.Pedro IV.
.
.
Subscrever:
Mensagens (Atom)