quarta-feira, 18 de junho de 2008

O psíquico das colheres


Este sketch, da série «A bit of Fry and Laurie», é eficaz a desmistificar charlatães. Simplesmente hilariante!

«Há cerca de 2000 anos, emergiu uma civilização científica esplêndida na nossa história, e a sua base era em Alexandria. Apesar das grandes hipóteses de florescer, ela decaiu. A sua última cientista foi uma mulher, considerada pagã. O seu nome era Hipátia. Com uma sociedade conservadora a respeito do trabalho da mulher e do seu papel, com o aumento progressivo do poder da Igreja, formadora de opiniões e conservadora quanto à ciência, e devido ao facto de Alexandria estar sob domínio romano, após o assassinato de Hipácia, em 415, essa biblioteca foi destruída. Milhares dos preciosos documentos dessa biblioteca foram em grande parte queimados e perdidos para sempre, e com ela todo o progresso científico e filosófico da época».
Neste excerto do último episódio da série «Cosmos», Sagan adverte-nos para as consequências da espiral de que falei no último post. Sagan escreveu no seu manifesto contra as pseudociências, «O Mundo Infestado de Demónios: a ciência vista como uma vela na escuridão», «as consequências do analfabetismo científico são muito mais perigosas na nossa época do que em qualquer outro período anterior, devido aos perigos potenciais dos avanços tecnológicos na vida quotidiana, quando mal utilizados».
No capítulo 19, Não Existem Perguntas Imbecis, Sagan transcreve um artigo que publicou na revista Parade, em meados da década de 90, baseado numa análise das competências científicas dos alunos norte-americanos. Depois de analisar os resultados e as razões subjacentes à fraca prestação dos alunos do seu país, Sagan termina o capítulo explicando por que considera importantes os investimentos continuados em ciência e em educação de ciência. E estes motivos são tão diversos como uma escolha mais fundamentada dos candidatos nas próximas eleições ou aceitar esta e não aquela solução para proteger o planeta:«A maioria das crianças norte-americanas não é estúpida.
Parte da razão de não estudarem muito é que recebem poucos benefícios tangíveis quando o fazem. Hoje em dia, a competência (isto é, conhecer realmente o assunto) em capacidades verbais, matemática, ciência e história não aumenta o salário dos jovens nos primeiros oito anos depois da escola secundária - e muitos não se empregam na indústria, mas no sector de serviços.
A ciência, na minha opinião, é uma ferramenta absolutamente essencial para qualquer sociedade que tenha a esperança de sobreviver bem no próximo século com os seus valores fundamentais intactos - não apenas como é praticada pelos seus profissionais, mas a ciência compreendida e adoptada por toda a comunidade humana. E se os cientistas não realizarem essa tarefa, quem o fará?»

Sem comentários: