sábado, 7 de junho de 2008

prazeres imediatos (só às 6ªas)





Há muito tempo, corria-se nas margens de Alexandria, uma cidade emblemática do antigo Egipto. Devia ser encantador andar ali à noite, à beira-mar, e lá encontravam-se, sem dúvida, pessoas à procura de outras com bastante regularidade. Esta é a razão pela qual as prostitutas escolhiam estes lugares emblemáticos, como são hoje o Bois de Boulogne ou a rue Saint-Denis. Mas havia tantos Alexandrinos imorais que tiveram que se reinventar a si próprios. Alguma coisa tinha de ser feita para se diferenciarem de outros lugares, mesmo se o encanto natural também deveria ter a sua influência. Sobre a areia das margens do Mediterrâneo, houve uma técnica que, em última análise, era evidente: as iniciais que se escreviam nas sandálias das prostitutas. O interesse era simples: ser-se reconhecida de forma fácil e mais importante ainda, indicar a direcção do quarto ao cliente potencial. Foi finalmente chamada a "marca" da prostituta. E foi, sem dúvida, o filósofo e académico Michel Serres que falou disso melhor: "As vagabundas de Alexandria tinham, antigamente, o costume de pôr as suas siglas em relevo negativo nas solas das suas sandálias para que a sua leitura fosse impressa na areia da praia, e assim o potencial cliente reconhecer a pessoa que queria, ao mesmo tempo que geria o local do seu encontro. Os presidentes das principais marcas reproduzidas pelos publicitários nos cartazes das cidades sem dúvida que gostarão de saber que descendem em linha direita dessas prostitutase".

Extracto do livro Extrait du livre "Le Mal propre : polluer pour s'approprier ?", Edições Le Pommier, Fevereiro de 2008.

4 comentários:

u João disse...

Excelente! Para mim a prostituição é uma profissão honrada, merece a legalização, porque a antiguidade neste caso é um posto eheheh fresquinha have a nice day!

Anónimo disse...

Se, ainda, fosse permitido brincar, diria que, manter um blog,
atualmente, tem o mesmo efeito.
Sei, lá vem porretada.
Strix.

Fresquinha disse...

U João,

Não vejo honra nenhuma em vender o corpo. O corpo é sagrado. Fazer sexo sem amor é um vazio. Tem que haver um niquinho, pelo menos.
Uma pessoa que precisa de pagar para ter sexo, não tem qualquer auto-estima, dignidade, honra e nem vale o chão que pisa.
Hoje em dia há tanta mulher oferecida, que não vejo sequer inteligência em pagar a quem o faça !!! Ainda se elas saissem da máquina lavar, programada pelo cliente, com várias lexívias, e Blanka puro ... :-)

Have a nice week-end !

Fresquinha disse...

Strix,

Só publiquei o teu comentário porque não entendi o que quiséste dizer ! Podes explicar ?