quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Namastê

Este trabalho fotográfico a que chamei “A Vida por Fora“ foi especialmente conseguido sob a pressão dos dias, da novidade, da distância cultural que separa Ocidente e Oriente e ainda, sob a visibilidade crua da diferença e desigualdade de oportunidades, cavadas pelas regras a que o sistema de castas, indelevelmente sujeita.O slogan adoptado pelos agentes turísticos da Índia descreve de modo mais-que-perfeito esta experiência: “Incredible!ndia“.A preparação para se estar num país com esta configuração cultural e social, com as dificuldades inerentes ao excesso de população, à escassez, à luta pela sobrevivência é uma preparação retroactiva já que só é possível fazer-se à posteriori, o que só per si imprime a esta viagem uma singularidade que a distingue de tudo aquilo que anteriormente viveramos. Recupera-se do espanto, quiçá, um dia mais tarde...
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O Norte que conheci (Delhi, Jaipur, Udaipur, Agra e Varanasi) faz parte do Triangulo Dourado, circuito recomendado pelos inúmeros agentes que operam na área do turismo e onde, estranhamente, não notei a presença de estrangeiros. Este facto, torna a experiência reciprocamente exótica, numa relação biunívoca entre forasteiros e autoctones, onde as diferenças são percepcionadas e valorizadas por ambas as partes, no encontro quotidiano que lhes desenha a vida e nos acrescenta a vivência.Tudo aquilo que os sentidos apreenderam e adivinharam inscreve-se num exercício constante de espiritualidade que nos apela a uma entrega, que muitas vezes não tem retrocesso.
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Não se passa pela India impunemente.
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Nesta paleta de cores e odores,”A Vida por Fora” reúne uma série de fotografias despertas por sentimentos e sentidos, onde a vontade de captar incessantemente imagens de um Mundo tão distante, ficou expressa desta forma.
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